Não, não é uma sequela das Crónicas de Nárnia (O armário, a feiticeira e o leão ). É apenas a minha aventura de hoje e achei que era um título apelativo (lol, é a minha veia de jornalista sensacionalista a querer vir ao de cima).
Pois bem, hoje parti a caminho de Lisboa para visitar algo que ficou por ver faz um ano. Acordei às 6h50 da manhã e cheguei ao meu destino eram 8h30.
Fui visitar as Galerias Romanas, em Lisboa, algo que só pode ser visto uma vez por ano, por norma, durante o último fim-de-semana de Setembro. Isto porque as ditas costumam estar cheias de água, cerca com 1,50 de água, e durante esta altura do ano, esvaziam as ruínas com umas bombas de modo a permitir a sua visita.
Lá fui sozinho, meio a dormir e a ouvir música. Quando lá cheguei, perto das 8h30, tinha já cerca de 90 pessoas à minha frente. Digo isto, porque entretanto um senhor que andava por ali, ao passar por mim contou 90 e qualquer coisa, não percebi bem ao certo. E as galerias só iriam abrir às 10h00. Bom lá continuei a ouvir música para fazer tempo e a ouvir as conversas (sim admito, sou cusco) das outras pessoas que aguardavam comigo a sua vez para entrar. Nisto ouvi conversas muito interessantes, desde uma menina a perguntar à mãe o que ia ver e ela respondeu-lhe "Grutas muito antigas, filha". Ao menos, se não sabia bem o que ia ver, tinha lido um guia que gentilmente uma senhora da organização tinha andado a distribuir por todos os que se encontravam ali, afim de saber um pouco mais daquilo. Pelo menos não tinha deixado a pobre criança enganada.
Outra situação gira que ocorreu, foi uma senhora que se encontrava atrás de mim e de repente um amigo dela que ia a passar, aliás um agente da PSP, meteu conversa com ela. No meio da conversa deles adorei uma frase do agente da autoridade: "Então, mas vens aqui de propósito só para ver aquilo? Aquilo não vale grande coisa. É só um buraco com paredes velhas e água." Bom de facto até pode ter razão, mas para quem gosta (o que acho que não era o caso dele) aquilo tem um valor histórico.
Uma última situação engraçada era ver algumas pessoas a questionarem-se porque é que os guias da visita e o pessoal da organização estavam de galochas. E algumas delas de chinelos e sandalinhas. Pois eu já sabia. Aquilo tem zonas com um pouco de água e no mínimo é melhor levar uns sapatos fechados ou mesmo botas.
Ora bem, 10h00, o pessoal começa a entrar muito devagarinho e pensei: "Lá para o meio-dia estou lá dentro". Afinal aquilo até se foi despachando e pouco eram mais que 10h30 e já eu estava lá dentro.
Lá entrei pelo buraco. Umas escadinhas de acesso mínimas, onde mal cabiam os meus pés (também quem manda calçar um 45). Fomos seguindo até uma galeria onde um guia do Museu da Cidade, suponho, esperava os visitantes. Lá começou a explicar tudo aquilo, grande parte já tinha lido no folheto. Que aquelas ruínas datavam do século I e foram descobertas depois do terramoto de 1755 e que depois de teorias como sendo termas romanas, etc, afinal conclui-se serem criptopórticos, ou seja, plataformas de sustentação de outras infra-estruturas, como por exemplo edifícios. Uma engenharia usada pelos romanos em solos mais instáveis para suportar algo por cima. Já o Marquês de Pombal mandou reconstruir parte da cidade com um método semelhante, mas em estacas.
A visita lá continuou pelas galerias, tirei fotos e chapinhei um pouco. No final, concluí que aquilo até foi engraçado e interessante. Gostei do que vi e diverti-me. Até fiz ginástica e andei um grande bocado curvado e outro quase em cócoras.
Mas comparado com Conimbriga por exemplo, não é nada de extraordinário. Mas não acho que seja apenas um buraco com água como disse o senhor agente. Por isso, se gostam de ver arquitectura antiga e não se importam de perder uma hora ou duas numa fila, até vale a pena fazer uma visita ao "Buraco Romano".
PS: A parte engraçada quando ia sair de lá foi estar nas escadas à espera que um eléctrico passasse para que pudesse voltar à superfície.
sábado, 29 de setembro de 2007
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1 comentário:
Gostei muito do título que deste e das fotos que mostram um pouco do que viste.
Tenho pena de não ter ido. Gosto sempre de ver este tipo de coisas.
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