Mais uma noite mal dormida esta semana. Mas desta vez o motivo não é o mesmo da outra noite, aliás é bem diferente. Se na outra noite era a cabeça e coração que pesavam com diversas dúvidas, esta noite foi a consciência.
Desta vez pensei em vocês, em mim, em tudo o que fizeram por mim e até que ponto vos negligenciei, que me afastei, que vi um de vós partir para sempre e eu nada fiz. E mesmo hoje, querendo tentar falar contigo sinto muitos remorsos e receios. Imagino tudo aquilo pelo que passaste, suspostas conversas entre nós e começo a chorar. Lamento, lamento tudo o que não fiz, de não vos ter acompanhado, mas... mas... sei que não é desculpa, mas em parte precisava de ter o meu mundo, o meu outro amor que não sei se o compreenderiam e só mais tarde me apercebi como vos deixei de parte. Pior é que sinto que além de ter agido erradamente, sei agora que não valeu a pena, não só porque perdi alguém importante da minha vida, uma referência, mas porque afinal o tal dito amor também não merecia tal atenção. Mas estava cego.
Acho que de tudo o que fiz na vida até hoje, essa é a coisa que mais me arrependo. Coisas que ficaram por dizer, por fazer, por falar... A única coisa agora que posso fazer é acompanhar-te, dar-te apoio, mas preciso de coragem. Coragem para te explicar o porquê da minha atitude, coragem para te confessar o meu arrependimento, coragem para te pedir o meu perdão, coragem para te contar segredos meus, pois não é que estes justifiquem os meus anteriores actos, mas julgo que mereces sabê-los. Talvez para breve, espero. Vocês que foram muitas vezes uma espécie de pais para mim, não mereciam tal atitude da minha parte. Tantas coisas que me proporcionaram, tantas coisas que me ensinaram, que me ajudaram.
Agora tenho que ser eu a tomar o próximo passo e chegar junto de ti. Não é uma questão de orgulho pelo qual não o fiz, mas mais receios. E espero que me continues a tratar como antes, uma espécie de mãe que tanta atenção me dava.
Até breve. Beijos
quarta-feira, 5 de setembro de 2007
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
Passei por uma situação idêntica, já falámos nisso. Ainda hoje me dói quando nela penso. Quando penso que era tão simples ter-me ido despedir e não fui. Não fui por causa de alguém que conhecia há tão bem menos tempo. Alguém que inundava todo o meu coração.
Não soube separar as coisas e ir, ir lá naquela manhã. Por respeito a ela, por respeito à familia, a todas aquelas pessoas que me viram crescer e me ajudaram a crescer.
Já me desculpei tantas vezes com ela e sei, no meu intimo sei, que ela me entende, como entendeu na altura mesmo que não me tivesse desculpado e depois começado num pranto de lágrimas.
Ela queria a minha felicidade, o melhor para mim e, naquela manhã, aquilo era que eu mais queria.
Hoje seria diferente, e arrependo-me tanto de não ter sido, mas na altura fiz o melhor que consegui.
E é assim que tens de pensar. Na altura fizeste o que achaste certo, o que o teu coração mandou.
Esse alguém sabe disso. Esse alguém queria-te feliz. E isso é o mais importante.
Enviar um comentário