domingo, 4 de novembro de 2007

A Outra Margem

Um Travesti que perdeu o gosto pela vida é confrontado com a alegria de viver de um Adolescente com síndrome de Down. Este é de facto um excelente resumo sobre esta película.
Um filme português que aborda o tema da homossexualidade muito ainda incompreendida no nosso país. O retrato de um gay que viu o seu companheiro se suicidar e tenta fazer o mesmo. Pelo falhanço deste acto, volta a encontrar uma irmã, mãe de uma criança com sindroma de down, por quem passa a ter muito afecto e ver nele uma razão para retomar a viver. Mas esta película é também um retrato da nossa sociedade, onde famílias, principalmente de meios pequenos, não aceitam os filhos por serem quem são e estes preferem fugir e deixar de ter contacto com os seus entes queridos para não se magoarem mutuamente.
Um filme português muito bom e que vale a pena ver, não só pela interpretação de algumas personagens, mas também pela sua caracterização. Não sei se conhecem o actor Filipe Duarte, mas o senhor que por norma tem um ar tão macho e apetecível, aqui está extremamente feminino, uma excelente interpretação, portanto (estou-me a tornar repetitivo). A Maria D'aires está também soberba e o pequeno Tomás Almeida também.
Ainda assim, a interpretação de alguns dos actores secundários (alguns deles até conhecidos de novelas) deixa a desejar.
Finalmente uma última reflexão: não sei se o autor do filme escolheu o título da película devido ao facto da acção da história passar uma vezes ora em Lisboa, ora do outro lado da margem, ou com outro significado. Que todos nós, por uma razão ou outra vivemos à margem, a uma certa margem que nos caracteriza, ou seja, de um certo modo, somos todos marginais (no bom sentido).

4 comentários:

Hydrargirum disse...

Nao conhecia este filme, estive a cuscar no IMDB, e deste ano.

Gostava de ver!

E nunca, mas nunca vivas a margem daquilo que e a tua Vida, ok?

:)

paulo disse...

Ah, ah, gostei do teu texto! Só um apontamento: a margem não a interpreto só como o lado de lá do rio, mas como a margem, a franja, onde nos situamos. Como o realizador, também não gosto de marginal, mas somo-lo...
Abraços

Anónimo disse...

Não vou ler o texto porque imagino que já tenhas visto o filme e como ainda vou querer ver ... o melhor é não me pronunciar acerca do texto e não ficar já a saber tudo

TheTalesMaker disse...

Não, não ficas, mas parte sim.
Vê imenso o filme e depois diga-me de sua justiça.