Não tendo nada mesmo em concreto que me agarre a este país neste momento, várias foram já as vezes que me passou pela cabeça a ideia de emigrar. É certo que muito me pesaria o facto de deixar por cá a familia, os amigos, e admito, a esperança que coloquei em alguém que adoro, mas que julgo que nunca verei frutos nessa relação. Como tal, depois de ter visto uma oportunidade de emprego oferecida, imagine-se, pela Comissão Europeia a propósito dos 50 anos do Tratado que deu origem ao que hoje é a União Europeia, eis que me candidatei. Preenchi o formulário que tinham na página deles e no final pediam em cerca de 3000 caracteres o porquê da minha candidatura, expectativas, etc. Referi uma série de razões pelas quais me inscrevi para este programa, entre as quais seria uma oportunidade única para conhecer outras culturas, passar a ter outros conhecimentos, métodos de trabalho, melhorar ainda mais as minhas capacidades línguísticas e claro está, aumentar o meu currículo, a minha experiência profissional e pessoal. Claro que não pude dizer tudo quanto queria, se calhar (ou certamente) fui hipócrita e não disse que andei a estudar 16 anos a fio, a tentar ser dos melhores, e depois o meu país, a minha nação, não me dá uma oportunidade de jeito para mostrar o que valho e por isso pensei em emigrar. Não disse que a economia do país também está no estado em que está devido aos nossos governantes nunca terem feito nada de jeito enquanto governantes. Mas suponho que se tal fosse dito, a minha candidatura seria automaticamente excluída. Infelizmente neste país ainda é assim, ou nos auto-censuramos, ou acontecem situações idênticas à de por exemplo o José Rodrigues dos Santos recentemente.
Enfim, lá me candidatei, a ver onde isto vai dar. Se parto, se não parto. Já não seria a primeira vez que, não digo que "sacrifiquei", mas antes recusei ofertas de trabalho no estrangeiro ou ilhas derivado a um motivo bem forte. O ter alguém que me preenchia a tal ponto que não me importava de deixar tudo para trás só para estar com essa pessoa. Sou assim, admito, ainda sou daqueles que põe os sentimentos, a vida pessoal à frente da profissional. Talvez um louco que não se importa que cometer as maiores loucuras por aquele que ama.
sábado, 13 de outubro de 2007
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4 comentários:
Olha, eu no teu caso não hesitava. Ia mesmo. Se não resultasse voltava.
A familia está cá, os amigos sempre podes ir contactando com eles via net e não te prendas por vãs esperanças, por favor. Olha por ti, tu és o mais importante na tua vida.
E fizeste bem em não ter escrito tudo o que pensavas na carta de apresentação. Não se trata nada de hipocrisia. Fizeste muito bem.
E mesmo que tivesses sido hipócrita? Não é numa sociedade de hipócritas que vivemos. Há que deixar de ser parvo, cada vez mais acho isso.
Boa sorte. Pode ser A Oportunidade. Às vezes, arrependo-me de não ter investigo nas que tive para sair (agora, parece-me tarde ou pelo menos não partiria sozinho). Já se sabe que por cá as coisas não são o que esperávamos que fossem. E podes sempre voltar!
Acho que se assim for, não deves desperdiçar a oportunidade, sinceramente é o que acho. Quanto a não teres dito tudo sobre o páis e sua situação, também não faz mal ... com toda a certeza eles lá fora saberão bem da actuação dos governantes portugueses ... isto tudo mais ou menos se acaba por saber ... mesmo que este actual governo tente instaurar o medo e um sistema mais ou menos fascisóide (não sei se é assim q se escreve) ... a mentira tem perna curta e na sociedade actual, já não vai sendo muito fácil ocultar muitas situações
Eu também não hesitaria. Mas vejo o pessoal porreiro a sair todo do país. Daqui a pouco só cá ficam os cromos... e eu!
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